quinta-feira, 8 de julho de 2010

A arte de não dar a mínima


Eu vou começar sendo direta: Eu não ligo pra quem você é ou quão confiante você pode ser, você se importa com o que os outros pensam de você. Lá no fundo, todo mundo quer ser querida pela maioria das pessoas. Mas o que acontece quando nós nos importamos demais com o que os outros pensam, ou com agradar os outros? Isso resulta em muito stress desnecessário, o que pode estar danificando sua saúde física e psicológica. Então como podemos aprender a não dar a mínima para o que a maioria das pessoas pensa, ou pelo ou menos nos importar bem pouco?

Eu tive esse problema minha vida inteira, e gradualmente fui aprendendo a ligar menos e menos para o que os outros pensam. Isso começou na faculdade, quando eu fui para uma escola de artes cheia de pessoas pretensiosas e modernas, sempre vestidas ao máximo. Elas analizariam você quando você passasse por elas, e zombariam de suas tentativas de ser amigável. Durante meu segundo (e último) ano naquela escola, eu parei de me importar, e isso começou com minha tatuagem. Depois que eu fiz, um pavor passou por mim: "As pessoas vão me julgar! Eu vou perder oportunidades importantes! MINHA VIDA FOI ALTERADA PARA SEMPRE!" e então minha amiga Kristen, que tem muitas tatuagens, me disse: "As pessoas sempre vão te julgar, não importa o que você faça." Como prova disso, enquanto ela, de brincadeira, pôs uma página inteira de tatuagens temporárias no antebraço, as pessoas a trataram diferente, comentando que elas gostaram do (muito esfarrapado) modelo; elas olharam rapidamente e julgaram sem realmente saber da história toda.

Nem sempre é fácil sair vestida como se você tivesse saído de um episódio de "I Love Lucy". Algumas de minhas amigas lolitas freqüentemente recebem o rude comentário de "GOSTEI DA SUA FANTASIA!". Parece que depois de um tempo elas se acostumaram tanto com isso que elas imediatamente dão uma resposta espirituosa ou ignoram. Mas pode ser enervante sair em público vestida diferente do que todo mundo (especialmente sozinha) já que parece que as pessoas não podem guardar seus comentários indelicados para elas mesmas. Então como você pode lidar com isso sem deixar que isso prejudique você?

Muitos de meus outros amigos sempre pareceram ter uma atitude muito fria, mantendo a calma e dando os ombros as más atitudes dos outros. Observando-os, eu aprendi como parar de ser tão ansiosa sobre o que as outras pessoas possam pensar de mim ou podem não gostar sobre mim. Aqui está o que eu aprendi.

Você pode agradar algumas pessoas algumas vezes, mas você não pode agradar a todos o tempo todo. Como minha amiga me disse, as pessoas vão te julgar não importa o que você faça, então por que não ir em frente e fazer o que você acha que é certo?

Mantenha suas prioridades claras. Isso pode ser desafiador, mas você tem que decidir o que vale seu tempo para se chatear. Seus amigos vão te irritar, as pessoas vão te cansar, mas você realmente deve fazer uma montanha de uma toca de toupeira? Quando você entrar em discussão com alguém com quem você se importa sobre alguma coisa que é banaç, você está convidando aquele stress prejudicial a saúde para sua vida. Do modo como eu vejo, as pessoas vão te desanimar. Isso acontece. É apenas quando uma pessoa definitivamente te desanima que você deve cortar seus esforços inúteis.

Fale o que você pensa, mesmo que sua voz trema. Você está designada a suas crenças e opiniões. Você tem o direito de falar em seu favor quando se sentir inconfortável, ou zangada, ou chateada (contanto que você o faça de maneira saudável e racional). A única ocasião em que isso deveria ser um problema é quando uma pessoa força suas crenças ao outros ou quando elas tentam usar suas crenças e opiniões para prejudicar os outros.

"Haters gonna hate". Uma boa amiga minha mantém um blog popular, e por que tantas pessoas o amam, também muitas pessoas tentam esmagá-lo com críticas. Quando acontecem situações como essa, onde pessoas intimidam e criticam você, é bom lembrar daqueles clichês irritantes que nossos pais nos ensinaram sobre brigões. Tipicamente, suas vidas são menos que fabulosas, e eles freqüentemente se sentem sem poder, então machucar outra pessoas (fisicamente ou psicologicamente) faz com que se sintam mais poderosos. Na era da internet, também é fácil de esconder sob uma capa de anonimato. Não deixe que covardes como esses tomem tempo do seu dia: você tem algo que eles não tem, e te desanimar faz com que eles se sintam melhores.

As pessoas tem medo do que elas não entendem: Parece bem bobo que ainda hoje em dia uma pessoa que se desvie do que é superficialmente "normal" receba tanta publicidade. O que já foi considerado rebeldia e marginal em termos de estilo pessoal agora tem se tornado mais e mais recorrentes na moda, e as pessoas parecem ser mais mente aberta... algumas vezes. Quando alguém tira sarro de como você parece, na maior parte das vezes é por que eles não entendem. Usar tatuagens, por exemplo, a recente prevalência delas na moda não diminuiu os estereótipos que são associados a elas. Obviamente porque eu sou tatuada eu sou também uma motociclista assassina que usa drogas, não consegue emprego e um dia terminará na cadeia. Eu me pergunto se as pessoas sabem a razão por trás de conseguir uma tatuagem ou por que nós "esquisitos" nos vestimos como nos vestimos, eças ainda fariam comentários desagradáveis ou desejariam que tivessem coragem para se expressarem da mesma maneira?

"Eu prefiro ser odiada por quem eu sou do que ser amada por quem eu não sou." No final do dia, você é você. Esperançosamente, você é a melhor pessoa que você pode ser. Se acontece dessa pessoa ter cabelo azul, ser coberta de tatuagens, se vestir com babados e renda, ou ser ultra-conservadora, você pode apenas ser você mesma. Auto-expressão não deveria ser minimalizada ou mudada apenas porque uns poucos não concordam. Eu posso ser considerada "estranha" por aqueles que não me conhecem bem, mas no final eu sei que eu fiz tudo o que posso para ser uma boa pessoa, e as pessoas com quem eu mais me importo ainda me amam. Então realmente não faz diferença o que estranhos acham de mim!


Créditos:
Original:
The Art of Not Giving a F**k em Say, Dolly!
Tradução: Ichigo
Imagem retirada daqui.

7 comentários:

  1. Adorei seu blog! Sobre esse post, concordo com o q vc escreveu... É difícil pensar assim o tempo todo, as vzs a gnt acaba cedendo as chateações... Mas adorei a forma como vc escreveu! Com certeza vale a pena passar por aqui e ler esse post novamente qdo estamos nos sentindo mal por conta dos julgamentos alheios! Bjinhos!

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  2. Ichigo: animando a gente quando mais precisamos.
    Adorei o texto, nem preciso dizer, né?
    Adorei a imagem também.

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  3. Que belo post!

    Não sou lolita, mas me identifiquei muito! Tenho uma tatuagem somente e embora eu nunca tenha sofrido algo, minha mãe ouviu dos colegas repreensões por ter me deixado fazer, perguntaram: "se ela sofrer um acidente e vier parar no hospital, o que os enfermeiros vão pensar quando virem da tatuagem?" como se isso fosse sentido! E minha máe é enfermeira, quem disse isso foram enfermeiras!

    Minha mãe ficou chocada e deu bronca lembrando que elas não podem tratar ninguém diferente por causa de tatuagens ou qualquer coisa!

    Quando fiz mechas cor-de-rosa, as pessoas me cumprimentaram pela coragem. Eu não entendia antes - pra mim era só uma cor. Mas quando fiz, percebi que as pessoas olhavam demais pra mim. E eram só mechas - imagina se fosse o cabelo todo.

    Engraçado que acabei fazendo um post sobre um assunto parecido na Descapricho! (descapricho.blogspot.com), sobre se importar com a opinião alheia. Tem casos que devemos nos importar, mas eu gostaria que não houvesse - como entrevistas de emprego. Porque nesses momentos tudo faz diferença - até a cor do esmalte diz algo. E sempre associam se a pessoa é competente ou não pela aparência.

    Inclusive na era da chapinha (que amenizou bastante agora, ainda bem) eu mantive meus cachos e ouvi muitas coisas do tipo, geralmente disfarçadas em amigáveis sugestões perguntando porque 'eu não me cuidava mais' fazendo escova e tudo o mais. Praticamente todas as pessoas sofrem algum rótulo, por qualquer motivo. É ridículo...

    E mais ainda pelas vestimentas... se uma garota resolve ser lolita, as pessoas acham estranho. E se uma garota resolve sair como Christina Aguilera em sua época de Stripped, as pessoas julgam. Roupas não traduzem o cárater, seja ele um brand maravilhoso ou minissaias minúsculas... porque são pessoas!

    E falei demais, é -Q

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  4. Infelizmente vivemos num país onde as pessoas parecem se divertir zombando do jeito de se vestir ou se comportar das outras. Lamentável. ¬¬
    A pessoa não pode pintar o cabelo de uma cor diferente, se tatuar em paz, usar uma roupa fora dos nossos padrões brasileiros de moda, sem ouvir uma piadinha ou deboche. Que raiva viu, fico louca com isso!

    Admiro as lolitas, que não estão nem aí pra essa gente desocupada, todas diferentes e lindas!

    E o post me fez lembrar a frase de uma ator e comediante americano:
    "O segredo do sucesso eu não sei, mas o do fracasso é tentar agradar a toda gente."

    Ótimo texto!

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  5. O problema é sempre pensar no que os outros vão achar de você. Se as pessoas se preocupassem mais com elas mesmas e simplesmente ignorassem a opinião dos outros tudo seria mais fácil, as pessoas não fingiriam ser o que não são e usariam o que quisessem.

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  6. eu gosto muito da moda lolita quero muito segui-la *-* ainda nao tive a chance e na minha cidade nao tem nada que ajude ...
    gosto muito de animes e mangás tambem,
    na sala tenho uma compostura menos feminina,nao uso maquiagem,sento de formas ''estranhas'' (pra mim é confortavel :\) e vivo lendo meus mangás =D vivo debatendo com o professor de filosofia (pois adoro essa area e quero sempre saber as opinioes dos outros ^^)

    Desde pequena fui fã do japao ,e conheço a moda lolita desde os meus 9 anos *-*

    Teve uma época que eu nao tinha amigas,e vivia andando com garotos, sofri muito por ser diferente ,no colegio todo mundo acha q sou durona,nervosa e adoro brigas(oq é emntira) ...antigamente me sentia muito mal ,me importava demais com oque as garotas pensavam ,queria ter amigas.Hoje eu tento ser amigavel com todo mundo ,e nao dou mais tanta bola para oque os outros comentam(apesar de ainda ficar um pouco mexida).
    a alguns anos atrás eu tinha um cabelo enorme ,e cortei ele um pouco acima do ombro para ir no meu primeiro avento,como cortei na sexta de noite ninguem do meu colegio viu,mais na segunda de manhã todo mundo comentou ,teve uma garota que falou altas coisas sobre meu cabelo dizendo que tinha ficado horrivel e blablabla, e qual nao foi minha surpresa quando a mesma garota chegou perto de mim dizendo para eu nao ligar para oq os outros diziam ,porque estava linda (?) oO (depois de um tempo descobri q essa garota vivia me linchando por tras e.e ) obs: nós nunca conversamos,ela tirava conclusoes precipitadas pelo que via...
    Aos olhos dos outros nós sempre pareceremos estranhos,acho q criar uma auto estima ajuda bastante(nao seja esnobe claro :3)
    É realmente temos que aprender a viver nessa ''selva '' chamada humanidade -w-

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  7. ai ai eu não ligo tanto pra o que vão pensar de mim na rua. Ligo mais do que podem pensar da minha voz quando canto, ou de algum texto quando escrevo, de alguma aula/seminário/trabalho/qualquercoisa já que tenho que falar em publico. Essas coiss acabam comigo! Não encaro sozinha, preciso de amigos do meu lado e de 500% de preparo para que eu me sinta realmente confortavel, aí quando faço isso me saio muuuito bem! =D
    Mas o que realmente me machuca e me causa muitas vezes doenças de cunjo emocional, é a convivencia com o meu pai. Entre outras coisas há muito desse julgamento... ele não gosta da filha que eu sou e vive reclamando de tudo. Nunca fui boa o suficiente pra ele, e opinião de pai, vcs sabem, né, difíiiicil demais de se desligar dela. :(

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