fuck yeah subversive kawaii
Ichigo, eu vi esse texto no blog da Lola falando sobre uma escola de princesas. No texto ela fala sobre essa questão de chamar as garotas de princesas, etiqueta, de querer se comparar a monarquia europeia e etc. O que você acha sobre isso? Já que a maioria das lolitas se inspira no vitoriano e rococó, inclusive no lifestyle, muitas são graciosas, gostam de seguir alguns princípios de etiqueta e comportamento, usam disso na decoração e no dia-a-dia e se denominam princesas como você. Eu acho tudo isso lindo, mas o texto mostra uma visão que meio que rebaixa as garotas que escolhem esse modo de vida, mesmo que não sejam lolitas.
- Jacqueline
Oi, Jacqueline! Muito obrigada pelo seu e-mail! Esse é um assunto que eu acho muito interessante. Já havia lido esse post da Lola (gosto bastante do blog dela!) e já li muitos outros que falam sobre as princesas de um ponto de vista feminista, a maioria de forma negativa, salvando-se apenas as princesas mais recentes como Mulan, Tiana, Rapunzel e Merida. É bem verdade que as princesas mais antigas representam um ideal feminino passivo e anti-feminista, onde as mulheres são frágeis e indefesas, e além de dependerem do príncipe para serem salvas as outras mulheres da história são sempre inimigas ou rivais, por isso eu não tenho como discordar desses artigos, mas também não posso achar que as princesas sejam de todo ruim. Muita gente sabe que eu gosto de princesas, mas talvez nem tantas pessoas saibam que eu sou uma feminista, e acho que uma coisa não anula outra.
Eu não acho que princesas sejam uma influência negativa, mas com certeza acho preocupante que sejam o único referencial de identidade de gênero das meninas, especialmente meninas muito jovens, que precisam tanto de exemplos e modelos. Há alguns dias atrás vi uma matéria chamada Princesas da Disney moldam feminilidade em crianças sobre uma pesquisa feita aqui mesmo no Brasil, que mostra bem como as princesas ainda influenciam as meninas e sobre a percepção do que é ser uma princesa. Além do típico padrão de beleza e comportamento, que eu já esperava, fiquei um pouco espantada pelas meninas reconhecerem como princesas apenas aquelas que se casam (!), citando um trecho da matéria: "indagada sobre o porquê Mulan não seria uma princesa, uma das crianças respondeu: 'Tia, para ser princesa precisa casar, né? Senão não vai ser princesa, vai ser solteira!'". Eu fiquei surpresa com isso porque, embora seja óbvio que associem princesas com a espera pelo príncipe encantado, não esperava que as crianças achassem que uma princesa só é uma princesa depois de atingir o objetivo do casamento. Acho que isso também reflete um pouco do que ainda é esperado de uma "mulher de verdade". Segundo a antropóloga que realizou a pesquisa: "As princesas da Disney carregam consigo um conteúdo que acaba funcionando como uma restrição a ideia do que é ser humano, enquanto mulher. É necessário garantir que a formação das crianças tenha também outros tipos de referenciais. A diversidade existe, e as crianças devem saber que não há apenas uma maneira de serem felizes, bonitas e aceitas." Acho que é exatamente esse o ponto: as crianças não podem ter apenas um único referencial e se prender tanto a apenas um padrão tido como sendo o ideal.
Eu fico um pouco chateada quando atacam tão ferozmente as Princesas Disney porque, poxa, eu cresci vendo filmes das Princesas e nem de longe acho que virei uma aspirante a dona de casa passiva cujo único desejo é encontrar o príncipe encantado para casar e ser a mãe dos filhos dele. Acontece que eu cresci assistindo as Princesas e brincando de bonecas e panelinhas, mas também jogando Mortal Kombat, lendo enciclopédias tão logo aprendi a ler, idolatrando A Família Addams e a Elvira e assistindo Power Rangers, Beakman e Pokémon religiosamente junto com o meu irmão. Eu tenho um irmão e primos com idades próximas a minha, então sempre foi comum brincarmos todos juntos, sem restrições rígidas de papéis e gêneros, o que acho que contribuiu bastante pra eu me sentir livre da obrigação de corresponder a um único padrão. Se eu tivesse crescido cercada apenas de rosa e com pais que insistem em me lembrar constantemente de que eu sou uma menina e deveria apenas gostar de "coisas de menina" eu poderia ter crescido para ser uma pessoa diferente do que eu sou hoje.
"Não deixe que ninguém faça você se sentir mal por ser quem você é."
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Sobre a moça que escreveu o post "rebaixar as pessoas que escolhem esse modo de vida", eu não vejo dessa forma. Acredito e até entendo que algumas pessoas podem considerar ofensivo, mas pra mim é a mesma coisa quando as feministas parecem desdenhar de donas de casa passivas e tal. Não é que desprezemos donas de casa, de maneira alguma, apenas repudiamos a ideia de que seja a única opção aceitável para uma mulher ser considerada "adequada" como, acredite, muita gente ainda pensa hoje em dia, assim como alguns assumem que toda mulher deve querer casar e ter filhos, e se você pensa diferente... oras, você é muito nova e ainda vai mudar de ideia (só que não). Então, resumindo, não acho que o que critiquem seja a escolha das pessoas (até porque o direito de escolha é algo maravilhoso!). Se uma mulher escolhe cuidar da casa ao invés de ter uma carreira, good for her, o problema é se isso for uma imposição, se ela for forçada pela família a largar o emprego ou algo assim (eu considero isso bizarro mas, de novo, acontece), assim como não é um problema gostar de se arrumar de determinada maneira e se comportar de acordo com etiquetas, mas sim precisar se arrumar e se comportar de tal modo mesmo contra sua vontade apenas para ser aceita e se encaixar num ideal que não te agrada nem te faz feliz. Eu sou muito feliz vivendo como eu vivo e acredito que ninguém teria qualquer objeção a isso (ou pelo menos não deveria ter), afinal foi uma escolha minha e não estou prejudicando ninguém :)
Sobre essa escola de princesas, acho ruim se for algo imposto pelos pais como pode parecer matricular as filhas numa escola para aprenderem como se arrumar e se comportar, mas também acho que se for do desejo da criança frequentar uma escola assim elas devem ser apoiadas, com o cuidado de sempre manter aberto um leque de opções onde a criança também possa observar outros modelos positivos. Isso me lembra um pouco os concursos de Pequenas Misses dos Estados Unidos (alguém já viu o programa? Passa no Discovery Home & Health). Vendo alguns episódios é possível perceber que algumas meninas realmente gostam dos concursos, do cabelo e da maquiagem, das roupas super produzidas e de fazerem suas apresentações no palco, mas outras tantas são visivelmente pressionadas pelas mães e aparecem chorando, não conseguem se mover no palco, brigam e tentam se livrar dos vestidos e coroas. Eu não acho errado uma menina querer ser princesa, mas acho errado fazer com que ela pense que é errado não ser uma.
Algumas pessoas acham meio estranho moças crescidas terem tanto apreço por princesas e até certo ponto eu entendo a preocupação, de verdade, mas acho que isso acontece porque não entendem nossas motivações. Eu diria que o conceito que leva crianças e lolitas (a maioria próxima dos 20 anos) a se auto-denominarem princesas são um tanto diferentes. Ainda há a preocupação com o modo de agir, mas mais do que ter etiqueta, ser uma princesa pra mim é ser uma boa pessoa, e tratar as pessoas com gentileza. Acho que isso é perceptível em The Princess Code e 5 maneiras de se sentir como uma princesa todo dia. Há o ideal de beleza, mas, ao invés de um único padrão, acredito que as princesas próximas dos 20 anos já tem consciência de que beleza não é um biotipo específico, existe beleza em negras, brancas, asiáticas, magras, gordas, baixas e altas. O artigo Em defesa das princesas resume bem o que significa "ser uma princesa" para mim. Um dos meus trechos favoritos desse artigo é o seguinte: "A palavra princesa se tornou sinônimo de heroína. E é isso que eu acredito que lolita faz pelas garotas: elas descobrem, ou talvez decidem, que elas serão as heroínas de suas próprias histórias."
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Não tem nada de errado em aspirar por uma vida melhor, não tem nada de errado em gostar de rosa, coroas e unicórnios e se imaginar de vez em quando num lugar diferente, mais mágico e mais agradável, mas por mais que eu considere saudável um pouco de escapismo, também acho que fugir constantemente da realidade não pode ser uma coisa boa. Por mais difícil que seja temos que nos conformar a acordar cedo, trabalhar, estudar, usar transporte público e pagar as contas, mas eu não acredito sinceramente que o fato de gostar de princesas impeça qualquer uma dessas coisas de serem feitas. Ninguém está esperando um príncipe chegue numa carruagem para não termos que pegar o metrô nem nada disso. Da mesma forma, não vejo nada de errado em uma garota que não gosta de rosa, maquiagem e salto alto, ou que prefere robôs a princesas. Nós só queremos um mundo com um pouquinho mais de cor, não só rosa, mas verde, roxo, vermelho, laranja, azul, amarelo, porque nem tudo no mundo precisa ser preto ou branco.
Peço desculpas se me empolguei demais ou fugi do assunto, mas espero ter respondido de forma satisfatória. Gostaria muito de ouvir suas opiniões sobre o assunto, então por favor me contem nos comentários :)
Adorei o texto, essa foi uma resposta muito boa. concordo com seu pensamento de opção de escolha, é realmente triste ver meninas serem criadas presas em idéias absurdas e serem forçadas a ser exatamente como princesas.Enfim, amo seu blog Ichigo>^-^<
ResponderExcluirObrigada!
ExcluirAcho que liberdade de escolha são coisas muito importantes na vida de qualquer pessoa :3
Esse foi, sem dúvida alguma, o melhor post de todos os tempos. Quando eu comecei a acompanhar seu blog, quando ainda tinha a comunidade da Moda Lolita no orkut (e eu tinha um real interesse em, um dia, me adequar ao estilo), eu achava que você era apenas uma garota com ótimas dicas referentes.
ResponderExcluirE, bem, eu não sou muito cor-de-rosa e tal, mas eu sempre amei as princesas da Disney e tudo o mais. Eu tenho um apego forte à essa coisa de princesa, coroa, realeza, bla bla bla. Mas é difícil explicar como isso se encaixa com o feminismo para pessoas que não são feministas. Porque tem gente que acha que feminismo é restrição, e não é.
Já faz algum tempo que eu descobri que você era feminista e, sinceramente, eu fiquei muito surpreendida e feliz também, porque eu noto muita inteligência em seus textos e um grande bom senso. Dos blogs de moda (considerando os de moda convencional também), o seu é o que realmente gosto de ler, não só porque acho o estilo lindo e suas dicas ótimas, mas pela inteligência dos posts sobre comportamento, por exemplo :3
Para não se alongar demais, parabéns <3
O post ficou realmente ótimo e esclarecedor para quem acha que lifestyle lolita e/ou amar princesas da Disney e/ou gostar desse universo cor-de-rosa com unicórnios saltitantes e feminismo são incompatíveis :3
Muito obrigada pelo comentário! Fiquei até meio nas nuvens aqui xD É sempre muito bom receber comentários assim, de pessoas que nos entendem :)
ExcluirEu confesso que tinha uma certa birra com princesas, eu sempre achei que elas transmitissem conceitos machistas e generalizantes. Mesmo quando criança eu nunca gostei muito dos clásscos Disney, faltava aquela identificação com as personagens, já que eu sempre fui bem tomboy. Lembro que eu só ia com a cara da Branca de Neve, por ela ter cabelo e olhos escuros como os meus (eu já tentava me encaixar em um padrão de beleza, mesmo que não entendesse isso ainda), mas a passividade, ingenuidade e aparente impotência dela me irritavam profundamente.
ResponderExcluirÓtimo, ótimo, ótimo texto btw. Você escreve muito bem!
Eu nunca gostei muito das meninas que se intitulavam "princesas" porque geralmente eram umas patricinhas mimadas e nojentinhas x_x Felizmente conheci pessoas que me fizeram mudar de ideia.
ExcluirMinha princesa favorita sempre foi a Branca de Neve só pela aparência (não conseguia me identificar fisicamente com as outras...), mas a personalidade dela é mesmo bem chatinha...
Muito obrigada! ♥
Eu acho que quando é menina que escolhe ir, e não os pais que forçam, é sim uma coisa boa, afinal ela só está fazendo uma coisa que ela gosta.
ResponderExcluirO que não gosto são essas feministas extremistas que acham que todo mundo tem que ser "revolucionário" e não aceitam quando alguém tem uma escolha mais tradicional.
Concordo.
ExcluirEssas coisas vão da escolha de cada um ~*
É exatamente o que eu disse, que o importante é o direito da pessoa de escolher o que ela acha melhor para ela.
ExcluirEu confesso que, apesar de ter acompanhado os clássicos Disney, eu sempre os vi como histórias, lendas, e nunca tentei me inserir nesse mundo fantástico. A única coisa que me identifiquei em todos os clássicos disney é que gostava da Bela porque ela lia livros loucamente como eu quando era criança e desdenhava o cara boa pinta da vila. Fui uma criança que fui tratada com overdose de rosa por um lado e por não gostar muito disso desde pequena acabei pegando uma aversão tão grande a tudo que era "feminino, rosa e excessivamente fofo" que cheguei a beira do extremismo do outro lado.
ResponderExcluirConfesso que só depois que conheci a moda Lolita me permiti a perder grande parte do preconceito em relação às coisas fofas da vida e à visão de cuidados com beleza, por exemplo. Sempre me vi, porém, como alguém com a força de mudar o mundo, e sou do tipo que não desiste com facilidade dos objetivos, então sempre me via + como uma heroína. Então, juntando os 2, acho que a definição de princesa + heroína me agrada mais.
O que me preocupava era a superficialidade e desdém das pessoas que cresceram comigo envoltas somente nesse aspecto, mas como você disse, quando se têm outros exemplos para balancear (e agradeço até hoje ao meu pai por ter sido esse outro lado e ter apoiado, por exemplo, que sua filha de 10 anos queria um microscópio de presente de Natal e não + 1 barbie para a sua coleção jogada de + de 40 bonecas, algo fundamental para eu ser o que eu sou hoje), acho até saudável. Muitas vezes você sofre preconceito pelas suas escolhas, seja pelo seu físico, modo de vestir, modo de se comportar, etc ou o que seja. Então, se é para "sofrer" pela sociedade, que seja por algo que você goste!
Acho que o modo como encaramos as histórias também depende um pouco da pessoa. Por mais que eu gostasse e sonhasse com as histórias não deixavam de ser histórias, nunca foram algo que eu realmente aspirava. Por outro lado tem crianças que não sabem diferenciar fantasia de realidade. Lembro de quando eu era criança e fiquei sabendo de uma criança que se jogou do prédio porque achou que podia voar como algum pokémon D:
ExcluirLolita me fez voltar a usar rosa, e daí em diante consegui abrir um leque maior pra coisas tidas como femininas sem preconceito. Não me agrada a ideia de ser passiva e agradável todo o tempo, e fico feliz por ter percebido que ser feminina não é ser anti-feminista :3
"Muitas vezes você sofre preconceito pelas suas escolhas, seja pelo seu físico, modo de vestir, modo de se comportar, etc ou o que seja. Então, se é para "sofrer" pela sociedade, que seja por algo que você goste!" Concordo plenamente :3 Não importa o que você faça, sempre vai ter gente se incomodando. Então deixemos que se incomodem, contanto que nós estejamos felizes e satisfeitas tudo bem xD
Acompanho seu blog faz algum tempo, mas é a primeira vez que comento. Não sou lolita, mas adoro admirar.
ResponderExcluirDecidi comentar nesse post porque realmente me tocou. Sou ativista feminista faz bastante tempo e o que mais gosto é ver a diversidade dentro do movimento. Adoro coisas fofas, nunca sofri preconceito dentro de outras ativistas (como muitos poderiam pensar, já que acham que o feminismo é taxativo), muito pelo contrário: quanto mais o feminismo adentrava em mim, mais eu me sentia livre pra escancarar meu gosto por coisas de """"menininha""", sou louca por sereias e princesas.
Acho que a moda lolita no contexto das mulheres no Brasil toma ares tão feministas que é por isso que acabei gostando tanto.
Concordo muito com o seu texto, o segredo está em saber dosar as influências que chegam à criança e a orientação dos responsáveis é fundamental.
Meu comentário já está grande, adoro seu blog! Abraços ~~
Me chateia muito essas pessoas que acham que o feminismo limita as pessoas, quando é justamente o contrário :3 Quanto mais eu conheço do movimento, mais me sinto livre para ser eu mesma (e mais fico indignada com certas coisas, mas faz parte)
ExcluirObrigada! E imagina, adoro comentários grandes :D
Não entendo porque as pessoas acham que para ser feminista você deve ser quase um homem, é possível conciliar feminismo e feminilidade. Eu acho errada essa visão das princesas como mulherzinhas submissas e as pessoas deveriam entender que a doçura, a gentileza e a delicadeza são armas poderosas. Gostei muito do seu post, acho que você respondeu muito bem.
ResponderExcluirEu acho que a maioria das pessoas entende errado --' Quando as pessoas falam que nós não precisamos ser objetos decorativos, exemplos de passividade e decoro entendem que não podemos ser femininas, educadas ou modestas. É tudo uma questão de escolha, de saber que não precisamos ser assim, mas PODEMOS, se quisermos :~
ExcluirFiquei até sem palavras para escrever algum comentário, pois concordei com cada pedacinho desse texto!
ResponderExcluirForçar uma menina a uma coisa que não quer, acho muito errado. Realmente, nada errado em ser princesa (é lógico, se a mesma gostar), mas forçar a barra já é demais!
"A palavra princesa se tornou sinônimo de heroína. E é isso que eu acredito que lolita faz pelas garotas: elas descobrem, ou talvez decidem, que elas serão as heroínas de suas próprias histórias."
Não sou Lolita, mas amei demais essa frase ♥
O post de onde esse texto foi tirado é todo muito bonito, leia ele se puder :3
ExcluirBem resumido que to caindo de sono... Post INCRIVEL! Super valeu os minutinhos a mais acordada. Seria mt interessante mais posts no mesmo estilo. Acho que quebra alguns preconceitos de naololitas que leem o blog (tipo eu, que acho lindo demais lolita, mas tenho ainda um conceito muito simplista formado) e tbm mostra que tem coisas de lolita ou princesa que sao excelentes pra se incorporar no lifestyle de qualquer mulher, sem ter medo algum de cair no esteriotipo de mulherzinha. Alias, uma curiosidade, qual foi a pior definiçao de lolita que vc ja viu?
ResponderExcluirEu não gosto quando falam que lolitas agem ou devem agir como bonecas pq né, bonecas NÃO AGEM. Não gosto que achem que lolitas tem que ser delicadas e educadas o tempo todo só porque se vestem com laços e babados. Todo ser humano deveria ser educado, mas né, cobrar mais isso só porque usamos roupas bonitas é ridículo.
ExcluirAcho interessante esclarecer que chega ser até assustador usar boneca como adjetivo pro verbo agir, é tão estranho agir como boneca ou manequim quanto como agir como uma pedra. AHH, e todos deveriam ser cobrados com relação à educação, tantos blogs dando dicas de beleza, e não tem nada mais embelezador que educação. uma mulher educada, simpática e com uma boa postura vai ser notada mesmo de jeans e camiseta. E eu não tenho NADA contra os blogs de beleza, adoro muitos. Mas, continuo achando que os três itens que citei fazem mais diferença que um ruby woo ou paleta naked.
ExcluirAdorei seu ''wall''. Penso exatamente a mesma coisa.
ResponderExcluirTenho só 25 anos e já passei pela época em que diziam que mulher tinha que se rebelar, depois que tinha que ser feminina, e agora, que tem que rejeitar coisas femininas. E daí se tem gente que gosta de rosa, de preto, de boneca, de carrinhos, ou de tudo ao mesmo tempo? Gosto é gosto e todos são únicos por causa deles. Não é algo para rebaixar ou se sentir melhor que os outros, é só para ser feliz :3
Acho que eu não passei por essa fase em que mulheres tinham que ser rebeldes, ou isso apenas não chegou na cidadezinha onde eu morava (ou na minha família, talvez?).
ExcluirÉ tenso isso de ter que seguir um padrão, e mesmo que o padrão mude sempre vai ter gente deixada de fora e sendo infeliz por causa disso, quando na verdade as nossas diferenças deveriam nos sentir bem com nós mesmas :3
Hum... eu sou feminista, mas odeio o blog da Lola. .___. Muitão. Apesar de ela abordar assuntos relevantes, pra mim a maneira dela se expressar é arrogante e ofensiva demais pra eu aguentar. >_<
ResponderExcluirDito isso, apesar dessa diferença de opiniões, gostei muito do seu post.
Acho que cabe lembrar que ao longo dos tempos, na sociedade machista em que vivemos, as princesas eram um dos poucos exemplos de "heroínas de sua própria história", como você citou. Hoje nós temos diversos exemplos de Lara Crofts, Viúvas Negras (sem esquecer de Rainbow Dashs!) e similares em filmes, seriados, desenhos e quadrinhos, mas por muito tempo não foi assim. Logo, natural que princesas sejam tão significantes ainda hoje para muitas meninas. Afinal, é praticamente algo que passa de mãe pra filha.
O que me incomoda hoje é que, se antigamente o ideal de moça era ser bonita, educada, prendada e dócil, hoje tentam pregar que o ideal é ser justamente o oposto... e tentam fazer as meninas "princesas" se envergonharem de serem "passivas". Isso é ridículo!
Feminismo moderno não impõe modo de vida pra ninguém (na virada do século e anos 70 foi diferente, e meu incômodo é justamente com as feministas que ainda seguem esse pensamento antiquado). Desde os anos 90,a única coisa que o feminismo prega é a LIBERDADE. Você pode ser uma guerreira, uma fada, uma bruxa ou uma princesa, desde que seja o que VOCÊ deseja.
Eu fico muito incomodada quando vejo filmes, desenhos e tal meio que "forçando" o papel de certas mocinhas a ser "bad ass", como aconteceu por exemplo na adaptação em filme de LOTR. Já havia Éowyn como donzela guerreira, pra quê então forçarem a Arwen a enfrentar Nazgûl?? É quase como se dissessem que ser "só uma princesa elfa não é o bastante". A meu ver, o importante é ter vários tipos de personalidades femininas representados, como diz a Lauren Faust (e é por isso que o My Little Pony feito por ela é tão bom). Quando forçam todas as personagens a ser bad ass, isso é tão ruim quanto dizer que todas tem que ser dóceis. O erro não está no modelo, mas na imposição de um.
Falando na Lauren Faust, esses dias mesmo ela estava comentando no twitter sobre suas princesas Disney prediletas, quando um garoto tuitou pra ela: "todo esse 'papo de princesa' é totalmente o oposto do que você parecia expressar nas temporadas e entrevistas".
Lauren definiu de uma forma perfeita:
" I don't have a problem with princesses. I have a problem with lame characters and bad storytelling."
Eu também acho algumas postagens da Lola muito agressivas, por exemplo uma em que ela falava sobre maquiagem que achei totalmente desnecessária, mas isso não me incomoda em posts sobre os mascus, por exemplo :X E a maioria dos posts so blog dela ultimamente parecem ser guest posts.
ExcluirAcho que ainda hoje as heroínas ainda tem um apelo sexual forte para agradar o público masculino, e sinceramente não acho elas assim tão carismáticas...
"tentam fazer as meninas "princesas" se envergonharem de serem "passivas". Isso é ridículo!" exatamente! Eu gosto de cozinhar, fazer trabalhos manuais e usar maquiagem, e isso não me faz inferior a ninguém u_u
Eu jurava que a Arwen só tinha feito aquelas coisas pq o cachê da Liv Tyler era alto demais pra ela ficar só sentada sendo bonita 8D
Hehe, sobre a Arwen, é um exemplo. Mas acredite, eles só chamaram a Liv Tyler pro papel DEPOIS que já tinham definido no roteiro que ela NÃO ficaria só sentada sendo bonita... ou seja, fosse a Liv Tyler ou não, ia rolar aquilo tudo do mesmo jeito.
ExcluirGosto muito mais de Game of Thrones, onde você tem os mais diversos tipos de mulheres, e todas são personagens fortes cada qual a sua maneira =)
Puxa, é exatamente o que eu penso .-."
ExcluirFoi-se o tempo de princesas graciosas e começaram a fazer princesas que só se demonstram como garotas porque usam saias. Porque não podem ser femininas e ativas ao mesmo tempo? Está errado ser feminina, por acaso? :/
Esse post é simplesmente incrivél.
ResponderExcluirNão que eu ache um absurdo existir esse tipo de "escola" (e outras palavras melhores foram se desenvolvendo ao redor do texto mas gostaria de focar nisso)
A sociedade está cheia de padrões, por exemplo estamos fora deles (XD)
Então eu acho que para mim, fico no meio termo,gosto de carrinhos de controle remoto, de jogos de ação da mesma forma que amo lolita, vermelho e princesas disney (Elas são realmente encantadoras!).
Fico feliz que tenha gostado ^^
ExcluirParabéns pelo maravilhoso texto, vire e mexe eu me pego pensando em que tipo de pessoa quero que minha filha(quando eu tiver uma)se transforme, e tentarei tirar o melhor de casa aspecto pra isso, enquanto isso não a contece treino com minha irmã mais nova de 8 anos, ela já está na fase "princesa disney",quando a menina larga galinha pintadinha e cocoricó pra ver todas, todas as princesas, atualmente a Barbie e as princesas só competem com o Residente 4, que surpreendemente ela ama jogar. Eu sempre amei a Cinderela, e quando nós assistimos juntas eu tento ressaltar alguns aspectos(ainda que eu invente a maioria), como ser sempre correta, sempre fazer o que é certo ainda que todos ao redor façam o contrário. Assim como vc Ichigo, espero que com a ajuda do Residente ela não cresça uma pamonha.E sim, minha irmã, quer ser bonita, ser amada por todas da turma, e falar sempre com delicadeza como a Branca de neve.Minha opinião como adulta bem resolvida, amo as princesas da disney e como disse a pesquisa que você citou, devemos conhecer sim outros conceitos e aspectos da vida, pra evitar sermos mimadas e fúteis, por que sem querer nossos pais contrubuem muito com isso. Ai fugi total do assunto, desculpe. Ótimo texto.Parabéns.
ResponderExcluirQue legal ela curtir Resident Evil xD Eu acho que nessa idade não ia curtir muito, teria medinho (mas eu curtia MK já nessa época, então sei lá).
ExcluirEu acho que isso de querer ser amada por todos pode trazer muita frustração :/ Sei lá, eu nunca tive esse tipo de "objetivo", mas uma amiga minha sempre quis ser popular e eu acho que ela passava algum tipo de problema interno x_x Mas deve ser bom quando você consegue.
Eu tb fico pensando bastante sobre a criação que vou dar aos meus filhos. Sei que não podemos controlar o que eles vão se tornar, mas podemos dar toda a orientação possível e torcer pelo melhor.
Só agora que vi a resposta Ichigo, e olha que procurei @_@ acabei achando sem querer quando lia esse post: http://reinodemorango.blogspot.com.br/2013/02/meus-5-tumblrs-favoritos.html XD
ResponderExcluirEu não sou feminista por algumas razões, mas apoio sim a ideia de que a mulher não deve ser imposta a nada, que deve ter liberdade de escolha, direitos iguais, assim como os homens.
Amei sua resposta, sua opinião e tudo. Consegui entender bem seu modo de pensar, e isso me fez ter outra visão do texto. Mas, realmente, é um pouco agressivo o modo como a Lola escreve.
O que me irrita muito em algumas feministas é que elas só abrem a boca quando está apertando para o lado delas, mas quando elas são beneficiadas em algo, mais do que os homens, ficam quietas. Elas querem ser superiores, ou até mesmo iguais aos homens em absolutamente tudo ! Acho ridículo. Afinal, é bom que existem diferenças entre os sexos, senão, qual a graça ? Como uma professora de história me disse uma vez, é bom sermos femininas ás vezes, porque homens amam que precisemos deles, nem que seja pedir pra abrir o pote de conserva ou trocar a lâmpada, ou segurar sua bolsa, te proteger no frio. As mulheres querem tanta auto-suficiência, essa coisa de "pego mas não me apego", que estão perdendo o respeito dos homens e de outras mulheres, e impondo que a sociedade deve ser igual nos mínimos detalhes. Acho que me entendeu XD não apoio um ideal passivo, imposto, para ninguém. Só não acho legal as mulheres quererem provar que são fortes e perfeitas 24 horas por dia, porque todos temos fraquezas e fragilidades, tanto homens quanto mulheres.
Eu não sou lolita, mas amo coisas vintage, coisas fofas, princesas e etc, e fico chateada ao ver essa pressão pra sermos esse tipo de garota, que se comporta igual á um padrão masculino, usam roupas curtas, vão em baladas, enfim, aproveitam a vida dessa forma. Não tenho nada contra, respeito, cada um escolhe como quer viver. Mas não precisa impor. Me sinto até desconfortável sendo quem eu sou, até porque penso diferente em muitas questões, e acabo até sendo antiquada, por exemplo, não gosto muito de baladas, pegação e etc. E as pessoas acham que sou moralista, certinha, que tenho medo que isso que aquilo. Poxa, eu realmente não gosto >/
Concordo plenamente com tudo que disse. Só me irritou, no texto da Lola, o modo como ela falou, como se as garotas, por quererem ser uma princesa, seguir aquele modelo de comportamento real, são inferiores. As princesas tem muito de bom a ser tirado, como a gentileza, a generosidade, entre outras coisas. Até uma garota que não seja graciosa, pode tirar de lição as qualidades delas. Eu também prefiro princesas mais resolvidas, como Bela, Merida, Anastasia, e tal. Mas as outras também tem muito de bom a admirar.
E resolvi mandar a pergunta porque me coloquei no lugar das lolitas, que gostam de se denominar princesas, e quis ter o ponto de vista de uma.
Enfim, acho que me embolei um pouco @_@ mas acho que deu pra entender XD Obrigada por responder Ichigo ^^v
"Eu não sou feminista por algumas razões, mas apoio sim a ideia de que a mulher não deve ser imposta a nada, que deve ter liberdade de escolha, direitos iguais, assim como os homens."
ExcluirE mesmo assim você se contradisse em vários pontos, dizendo por exemplo que "Elas querem ser superiores, ou até mesmo iguais aos homens em absolutamente tudo ! Acho ridículo."
"O que me irrita muito em algumas feministas é que elas só abrem a boca quando está apertando para o lado delas, mas quando elas são beneficiadas em algo, mais do que os homens, ficam quietas."
Tipo o que? Quando pagamos menos para entrar em festas porque somos atrativo para o público masculino? Ou quando temos direito a mais licença maternidade porque ainda hoje acham que a obrigação de cuidar dos filhos é só da mulher? Por não sermos obrigadas ao alistamento militar e acharem que a gente devia lutar pra ser obrigatório para as mulheres ao invés de facultativo para todos?
"Afinal, é bom que existem diferenças entre os sexos, senão, qual a graça ?"
A graça é não ser taxada como "machona" ou "bicha" por fazer coisas que saem do estereótipo do seu gênero.
"é bom sermos femininas ás vezes, porque homens amam que precisemos deles, nem que seja pedir pra abrir o pote de conserva ou trocar a lâmpada, ou segurar sua bolsa, te proteger no frio."
Isso mesmo, temos que ser femininas pros homens perceberem que precisamos deles :D Homem não gosta de mulher independente, por que alguém vai arriscar ser algo que não vá atrair um parceiro, né?
"As mulheres querem tanta auto-suficiência, essa coisa de "pego mas não me apego", que estão perdendo o respeito dos homens e de outras mulheres, e impondo que a sociedade deve ser igual nos mínimos detalhes."
OLHA QUE PERIGO, as mulheres auto-suficientes estão ~perdendo o respeito~. Espero que você tenha percebido o quão machista isso soa. Não vejo as feministas exigindo que ninguém seja igual, apenas homens e mulheres inconformados por elas não seguirem o que eles acham que é certo. Elas estão no direito de fazerem o que bem entenderem e isso não deveria fazer elas serem menos respeitadas só porque alguém não concorda.
"Só não acho legal as mulheres quererem provar que são fortes e perfeitas 24 horas por dia, porque todos temos fraquezas e fragilidades, tanto homens quanto mulheres."
O problema é que quando uma mulher É forte tem alguém pra achar que ela está apenas querendo provar alguma coisa, ser superior aos homens, impor isso as outras mulheres...
Olha, eu peço desculpas se fui muito agressiva e não sei se agora você vai achar que eu sou uma dessas "algumas feministas" que te incomodam, mas o machismo que nem você deve ter percebido no seu comentário me incomodou também, e eu não poderia deixar de responder.
Eu durante muitos anos (9 anos, até minha irmã nascer) fui a criança mais nova da família e tenho uma irmã mais velha. Cresci sendo paparicada, tudo é rosa, tem bichinhos, renda ou brilho. Gosto de coisas delicadas e, admito, da ideia de que garotas deveriam ser todas delicadas. Mas por outro lado, não hesito em apoiar o direito de cada um ser o quer ser sem atingir terceiros; acho ridículo essa associação de feministas com "machonas" ou "histéricas solitárias" - acho que cada um tem seu ideal e o mundo seria um lugar lindo se as pessoas não tentassem impô-los aos outros.
ResponderExcluirPrincesas são meigas, femininas sem esforço, pensam no próximo e exaltam as virtudes - porque não gostar delas? Acho uma falta tremenda do que fazer atacar princesas da Disney. Merida chegou com o cabelão desgrenhado, amaldiçoou a mãe "sem querer", dispensou três nobres no final e levou um Globo de Ouro e um Oscar pra casa. E de longe, continua um exemplo tão bom de determinação e altruísmo quanto Belle, seus livros e jeito único de encarar as coisas. E ah, amo a Mulan, fiquei chocada com o que acham dela!
Acho que as pessoas deviam aprender que o femismo prega que as mulheres mandam na p* toda e que o feminismo quer que as mulheres façam o que lhes fazem felizes, sem pressão da sociedade. E que se a menina só pensa em fisgar o bonitão rico a culpa é da criação que teve e não da Cinderela.
Mas, como sempre, já ficaria contente se as pessoas pulassem toda essa parte e fossem direto pro cuidar das próprias vidas.
Adorei o post, eis assuntos que rendem horas de reflexão...
Ahh que lindo o texto! oncordo com a sua opinião. Antes eu não me considerava feminista (até porque não sabia direito o que era x.x), mas agora apoio totalmente a ideia do feminismo. Não acho certo dizer que uma garota tem que se vestir assim e assado assim como homens. Eu acho lindo homens que saibam sobre moda, usam maquiagem (obviamente não maquiagem do tipo batom vermelho que não tem nada a ver X.x), são agradaveis, gostam de flores (aliás eu acho lindo homem que gosta de flores até porque eu não sou muito fã) e são heteros. Coisas tachadas de "é de mulher" e "é de homem" são absurdamente cansativas.
ResponderExcluirMas eu amei mesmo o post ^^
OBS: eu acho que você deveria fazer um livro. Você escreve muito bem. Dificilmente eu fico com alguma dúvida quando você escreve sobre algum assunto.
As pessoas sempre menosprezam as princesas Disney, porém cada uma delas representa uma época diferente! A Branca de Neve tem mais de 50 anos, e é só fazer uma pesquisa de como eram as mulheres naquela época pra entender! Não é justo jugarmos as princesas por fazerem o esteriótipo passivo e etc, elas representam uma época, um modelo de vida. Podemos ver que as princesas mais novas tem a cabeça mais aberta, porque representam o século XXI. Cada princesa tem uma personalidade única e fofa, ao seu jeito, e todas passam uma lição para nós, a forma com que vamos absorver é onde fica o problema!
ResponderExcluirBeijinhos :*